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sexta-feira, 4 de março de 2011

É correto pular carnaval?


A Palavra de Deus diz que há “tempo para rir . . . e tempo para saltitar”. (Eclesiastes 3:4) Como a palavra hebraica para “rir” também pode ser traduzida por “festejar”, fica claro que, no que diz respeito ao nosso Criador, não há nada de errado em divertir-se de forma sadia. (Veja 1 Samuel 18:6, 7.) Aliás, a Palavra de Deus manda que nos alegremos. (Eclesiastes 3:22; 9:7) De modo que a Bíblia fala com aprovação do divertimento correto.

Entretanto, nem todo tipo de divertimento é aprovado na Bíblia. O apóstolo Paulo declara que as festanças, ou festejos ruidosos e turbulentos, são uma das “obras da carne” e que os que as praticam “não herdarão o reino de Deus”. (Gálatas 5:19-21) Paulo admoestou os cristãos a ‘andar decentemente, não em festanças’. (Romanos 13:13) A questão é: em que categoria cai o carnaval? É um divertimento inocente ou uma festança licenciosa? Para responder a essas perguntas, vou explicar melhor o que a Bíblia quer dizer com “festança”.

A palavra “festança”, ou kó·mos, em grego, ocorre três vezes nas Escrituras Gregas Cristãs, sempre com sentido desfavorável. (Romanos 13:13; Gálatas 5:21; 1 Pedro 4:3) E isso não surpreende, porque kó·mos relaciona-se com festas de má fama, bem conhecidas dos primeiros cristãos de fala grega. Que festas?

Um grupo de pessoas transportando os falos sagrados [símbolo do órgão sexual masculino] e cantando ditirambos [canções] a Dionísio . . . constituía, na terminologia grega, um komos, ou festividade.” Dionísio, o deus do vinho na mitologia grega, foi mais tarde adotado pelos romanos, que lhe deram o nome de Baco. A relação com kó·mos, porém, sobreviveu à mudança do nome. O Dr. James Macknight, erudito bíblico, escreveu: ‘A palavra kó·mois [uma forma plural de ko·mos] vem de Comus, o deus das festanças. Essas festanças homenageavam Baco, que por isso era chamado Comastes.’ As celebrações em homenagem a Dionísio e a Baco eram a própria encarnação da festança. Como eram essas festas?

Durante as festividades gregas em honra a Dionísio, segundo Durant, multidões de foliões “bebiam desenfreadamente, e . . . consideravam desprovidos de juízo aqueles que não o perdiam [i.e., o juízo]. Marchavam em tumultuosa procissão, . . . e enquanto bebiam e dançavam, entregavam-se a um frenesi no qual todos os preconceitos eram abandonados”. Algo bem parecido ocorria nas festividades romanas em honra a Baco (chamadas de bacanálias), em que as principais diversões eram bebedeiras, canções e música lascivas, e eram o cenário de “ações muito depravadas”. Multidões em frenesi, bebedeiras, danças e música libidinosas e sexo imoral eram os ingredientes das festanças greco-romanas.

O carnaval da atualidade contém os ingredientes da festança? Veja algumas citações de jornais sobre as festas de carnaval: “Multidões extremamente tumultuosas”. “Quatro dias de farra, bebedeira e festas noite adentro”. “Ressaca do carnaval pode durar vários dias para alguns foliões”. “Os sons quase ensurdecedores em lugares apertados fazem os shows das bandas de heavy metal . . . soarem baixo em comparação.” “Carnaval virou sinônimo de nudez total.” As danças de carnaval retratavam “cenas de masturbação . . . e várias formas de relações sexuais”.

As semelhanças entre o carnaval de hoje e aquelas festas da antiguidade são tão impressionantes que um folião de uma bacanália se sentiria em casa se acordasse hoje no meio de uma festa de carnaval. E isso não nos deve surpreender, porque, segundo o diretor de programação de uma emissora de TV do Brasil, “a origem do carnaval vem das festas de Dionísio e de Baco”; “a natureza do carnaval é essa mesma”. A The New Encyclopaedia Britannica diz que o carnaval pode ser relacionado com as saturnálias, festas pagãs da Roma antiga. Embora de uma época diferente, o carnaval faz parte da mesma família que seus antecessores: a festança.

Bem, poderia perguntar a si próprio: Pode imaginar Jesus Cristo ou seus apóstolos participando nas festas que deram origem ao carnaval, tomando parte nas bebedeiras, na imoralidade e nas danças desenfreadas de tais festas antigas? Se não, como pode uma pessoa ser verdadeiro seguidor de Cristo e participar nas modernas festas carnavalescas? Considere a admoestação da Bíblia:

“Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos. Pois, que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? Além disso, que harmonia há entre Cristo e Belial? Ou que quinhão tem o fiel com o incrédulo? E que acordo tem o templo de Deus com os ídolos? . . . ‘Portanto, saí do meio deles e separai-vos’, diz o SENHOR, ‘e cessai de tocar em coisa impura’; ‘e eu vos acolherei’.” — 2 Cor. 6:14-17.

Como esse conhecimento deve afetar os cristãos hoje? Do mesmo modo que afetou os primeiros cristãos que viviam nas províncias sob influência grega, na Ásia Menor. Antes de se tornarem cristãos, eles se entregavam a ‘ações de conduta desenfreada, concupiscências, excessos com vinho, festanças [kó·mois], competições no beber e idolatrias ilegais’. (1 Pedro 1:1; 4:3, 4) Mas, depois de aprenderem que Deus vê as festanças como “obras pertencentes à escuridão”, pararam de participar em festas semelhantes ao carnaval. — Romanos 13:12-14.

Por certo, a obediência a estas admoestação bíblica exigiria que a pessoa se refreasse de ter qualquer coisa que ver com o carnaval, que se originou de festas pagãs que Deus considera impuras.

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